— Bem, tu és Deus. Pensa em alguma
coisa! — disse a Pequena Alma mais
animada.
Deus sorriu novamente.
— Já pensei. Já que não podes ver-te como
a Luz quando estás na Luz, vamos rodear-te
de escuridão — disse Deus.
— O que é a escuridão? perguntou a
Pequena Alma.
— É aquilo que tu não és — replicou Deus.
— Eu vou ter medo do escuro? —
choramingou a Pequena Alma.
— Só se o escolheres. Na verdade não há
nada de que devas ter medo, a não ser que
assim o decidas. Porque estamos a inventar
tudo. Estamos a fingir.
— Ah! — disse a Pequena Alma, sentindo-se
logo melhor.
Depois Deus explicou que, para se
experimentar o que quer que seja, tem de
aparecer exactamente o oposto.
— É uma grande dádiva, porque sem ela
não poderíamos saber como nada é — disse
Deus — Não poderíamos conhecer o Quente
sem o Frio, o Alto sem o Baixo, o Rápido sem
o Lento. Não poderíamos conhecer a
Esquerda sem a Direita, o Aqui sem o Ali, o
Agora sem o Depois. E por isso, — continuou
Deus — quando estiveres rodeada de
escuridão, não levantes o punho nem a voz
para amaldiçoar a escuridão.
“Sê antes uma Luz na escuridão, e não
fiques furiosa com ela. Então saberás Quem
Realmente És, e os outros também o saberão.
Deixa que a tua Luz brilhe tanto que todos
saibam como és especial!”
— Então posso deixar que os outros vejam
que sou especial? — perguntou a Pequena
Alma.
(amanhã há mais...)
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