— Claro! — Deus riu-se. — Claro que
podes! Mas lembra-te de que “especial” não
quer dizer “melhor”! Todos são especiais, cada
qual à sua maneira! Só que muitos
esqueceram-se disso. Esses apenas vão ver
que podem ser especiais quando tu vires que
podes ser especial!
— Uau — disse a Pequena Alma,
dançando e saltando e rindo e pulando. —
Posso ser tão especial quanto quiser!
— Sim, e podes começar agora mesmo —
disse Deus, também dançando e saltando e
rindo e pulando juntamente com a Pequena
Alma — Que parte de especial é que queres ser?
— Que parte de especial? — repetiu a Pequena Alma. — Não estou a perceber.
— Bem, — explicou Deus — ser a Luz é
ser especial, e ser especial tem muitas partes.
É especial ser bondoso. É especial ser
delicado. É especial ser criativo. É especial ser
paciente. Conheces alguma outra maneira de
ser especial?
A Pequena Alma ficou em silêncio por um
momento.
— Conheço imensas maneiras de ser
especial! — exclamou a Pequena Alma — É
especial ser prestável. É especial ser
generoso. É especial ser simpático. É especial
ser atencioso com os outros.
— Sim! — concordou Deus — E tu podes
ser todas essas coisas, ou qualquer parte de
especial que queiras ser, em qualquer
momento. É isso que significa ser a Luz.
— Eu sei o que quero ser, eu sei o que
quero ser! — proclamou a Pequena Alma com
grande entusiasmo. — Quero ser a parte de
especial chamada “perdão”. Não é ser especial
alguém que perdoa?
— Ah, sim, isso é muito especial,
assegurou Deus à Pequena Alma.
— Está bem. É isso que eu quero ser.
Quero ser alguém que perdoa. Quero
experimentar-me assim — disse a Pequena
Alma.
— Bom, mas há uma coisa que devias
saber — disse Deus.
A Pequena Alma já começava a ficar um
bocadinho impaciente. Parecia haver sempre
alguma complicação.
— O que é? — suspirou a Pequena Alma.
— Não há ninguém a quem perdoar.
— Ninguém? A Pequena Alma nem queria
acreditar no que tinha ouvido.
— Ninguém! — repetiu Deus. Tudo o que
Eu fiz é perfeito. Não há uma única alma em
toda a Criação menos perfeita do que tu. Olha
à tua volta.
Foi então que a Pequena Alma reparou na
multidão que se tinha aproximado. Outras
almas tinham vindo de todos os lados — de
todo o Reino — porque tinham ouvido dizer
que a Pequena Alma estava a ter uma
conversa extraordinária com Deus, e todas
queriam ouvir o que eles estavam a dizer.
Olhando para todas as outras almas ali
reunidas, a Pequena Alma teve de concordar.
Nenhuma parecia menos maravilhosa, ou
menos perfeita do que ela. Eram de tal forma
maravilhosas, e a sua Luz brilhava tanto,
que a Pequena Alma mal podia olhar para
elas.
(uma leitura por dia, amanhã há mais alegria...)
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